Alta nos preços de aplicativos de transporte gera insatisfação generalizada no Brasil
Quem precisou utilizar serviços de transporte por aplicativo nas últimas semanas notou uma mudança significativa e desagradável: o valor das corridas disparou. Usuários da Uber e da 99 têm utilizado as redes sociais para expressar sua frustração com tarifas que, em muitos casos, chegam a dobrar o valor habitual, tornando a locomoção urbana um desafio financeiro neste fim de ano.
O que dizem os passageiros
Relatos no X (antigo Twitter) e no Threads mostram que a insatisfação não é isolada. Desde novembro, passageiros de diversas capitais brasileiras reportam que trajetos curtos, que antes custavam valores acessíveis, agora apresentam preços exorbitantes. A percepção geral é de que o algoritmo de "preço dinâmico" está operando de forma muito mais agressiva do que em anos anteriores, sem uma justificativa clara para o consumidor no momento da solicitação.
A justificativa das plataformas
Procuradas para comentar o cenário, as empresas mantêm o discurso padrão de mercado. A Uber e a 99 atribuem a alta nos preços ao desequilíbrio entre oferta e demanda, típico desta época do ano. Com as festas de dezembro, confraternizações e compras de Natal, a procura por carros aumenta consideravelmente. Segundo as plataformas, o preço dinâmico é um mecanismo automático para incentivar que mais motoristas fiquem online em áreas de grande solicitação.
Motoristas não veem a cor do dinheiro
O ponto mais controverso, no entanto, é o repasse desses valores. Enquanto os passageiros pagam mais caro, os motoristas parceiros afirmam que não estão sentindo esse aumento no bolso. Grupos de motoristas relatam que, apesar das tarifas elevadas cobradas do usuário final, a parcela que chega a eles permanece estagnada ou com reajustes insignificantes, que não cobrem a inflação dos custos de manutenção do veículo e combustível.
Essa disparidade levanta questões sérias sobre a transparência dos algoritmos das plataformas. Sem uma auditoria clara ou dados abertos sobre como a tarifa é composta e dividida, tanto passageiros quanto motoristas ficam à mercê das decisões automatizadas das gigantes da tecnologia, criando um clima de desconfiança mútua neste encerramento de 2025.